Por: Dr. Marcus Todesco – Sócio-Diretor
O plano de saúde é uma prioridade para muitas pessoas, que buscam garantir o acesso a uma medicina de qualidade e ter mais tranquilidade em uma possível emergência médica.
A saúde suplementar atende cerca de 49 milhões de beneficiários, conforme dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar, desempenhando um papel importante para a manutenção do bem-estar da sociedade brasileira.
Porém, é preciso ter cuidado, o sistema brasileiro de saúde suplementar exige uma grande conscientização quanto ao uso dos serviços, visando garantir a sustentabilidade do setor.
É importante lembrar que, o plano de saúde empresarial é um seguro coletivo, ou seja, sempre que um usuário fizer uma consulta ou realizar um procedimento médico, os custos serão divididos entre todos os participantes da apólice.
Por isso, é fundamental que a empresa conscientize seus colaboradores sobre as boas práticas no uso do plano de saúde. Algumas companhias acabam só oferecendo o convênio médico e não conversam com os seus profissionais sobre esse benefício, o que pode acabar gerando um grande reajuste na renovação.
De acordo com um levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), cerca de 20% das despesas anuais dos planos de saúde são gastos com exames indevidos, fraudes e desperdícios.
Portanto, para manter a equipe saudável e controlar a sinistralidade do plano, é preciso dedicar um tempo e fazer um trabalho permanente de esclarecimento, adotando uma política de boas práticas no uso do plano de saúde empresarial.
No artigo anterior, falei um pouco sobre a experiência com colaboradores de clientes que almejam ter o plano de saúde, mas não fazem o uso preventivo do sistema. Desta vez, separei algumas dicas para usar corretamente o plano.
Boas práticas para o uso do Plano de Saúde
Primeiramente, precisamos conhecer o tipo de produto e suas especificidades, como: abrangência geográfica, rede de atendimento e regras de coparticipação, caso tenha. Para isso, é importante assegurar um bom canal de comunicação entre o colaborador, a empresa e a consultoria que a assiste o benefício.
Para ter um melhor aproveitamento dos cuidados oferecidos, é interessante que todos tenham um médico de confiança e conveniado ao plano de saúde, como referência. Isto, propiciará um melhor dinamismo na investigação de sintomas, uma vez que não se investe tempo indo à Pronto Socorro ou escolhendo especialidades, por conta própria, que imagine ser o caminho.
É importante que este profissional o conheça longitudinalmente, isto é, durante um longo período, sempre acompanhando as condições clinicas sem interrupções.
Outro ponto fundamental é quanto ao uso adequado do Pronto Socorro. Existe uma cultura, enraizada na população, de buscar este tipo de atendimento, por ser mais rápido ou então por não precisar de agendamento.
Entretanto, o PS deve ficar para casos de urgência e emergência, onde a conduta é de aliviar o sofrimento e tratar o risco de vida. Aqui, não temos uma consulta buscando o histórico do paciente, tão pouco conhecendo suas condições de saúde. Mais de 70% dos casos das pessoas que procuram o PS não se enquadram nesta necessidade.
Lembre-se sempre de manter o histórico de exames organizado, é fundamental para otimizarmos o tempo, evitarmos exposições (por exemplo a radiações), clarearmos muitas situações clinicas e tratar os custos de forma adequada. Desta forma, evitamos a realização de muitos exames que não seriam necessários se tivéssemos o histórico.
E, por fim, deixo a dica bônus: mantenha e estimule hábitos saudáveis em sua empresa. Esse é o segredo para uma vida longa e sem grandes preocupações. Por tanto, alimente-se bem, mantenha o corpo em sempre em movimento, retorne às consultas no tempo estipulado pelo médico e siga os conselhos dos profissionais da saúde, adotando as orientações no seu dia a dia.
